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Pesquisa aponta que 56,1% dos santa-marienses só saem às ruas para atividades essenciais

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Thaís Noronha (Divulgação)
Testes rápidos foram aplicados em 500 pessoas de Santa Maria no último fim de semana 

Foi divulgado, na tarde desta quarta-feira, o resultado da terceira fase da pesquisa que busca entender a incidência do coronavírus no Rio Grande do Sul. No último fim de semana, 4,5 mil testes rápidos e questionários foram aplicados em nove cidades gaúchas, inclusive em Santa Maria. Dos últimos 500 testes aplicados na cidade, nenhum testou positivo. 

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De acordo com o reitor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Pedro Hallal, a projeção dos resultados apontam que cerca de 25 mil pessoas têm anticorpos do coronavírus no Rio Grande do Sul - entre recuperados e em recuperação. Logo, a incidência seria de 1 a cada 454 habitantes. 

Hoje, os casos notificados e confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) de gaúchos com a Covid-19 são de 2.917. Segundo o estudo, para cada um caso notificado, existem outras 9 pessoas com a doença que não realizarem nenhum teste. Logo, o número real de pessoas infectadas chega a ser nove vezes maior do que os casos registrados. A taxa de letalidade - o número de casos que evoluem para óbito - fica em torno de 0,4%. 

Na penúltima fase do estudo, realizado neste fim de semana, 10 pessoas testaram positivo para a doença - outros 8 testes positivos tinham sido diagnosticado na primeira e segunda rodada.

A proporção de pessoas com a Covid-19 aumentou a cada rodada. Na primeira fase, realizada início de abril, a projeção era de 5.650 pessoas infectadas. Duas semanas depois, o número subiu para 15.066. Um mês após a primeira fase, são quase 25 mil infectados. 

OS SINTOMAS
Entre os 18 casos, os sintomas mais comuns foram dor de garganta (22%), tosse (17%), alterações olfato e paladar (17%) e diarreia (17%). Os sintomas menos incidentes foram dificuldade para respirar (11%) e febre (6%). 

_ Esses números comprovam que existe um percentual grande de pessoas que não vão procurar atendimento, que não têm febre nem dificuldade para respirar. Muitas só terão sintomas leves ou nenhum sintoma _ explicou Hallal. 

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DISTANCIAMENTO SOCIAL
Além dos testes rápidos, os pesquisadores também aplicam questionários. A partir das respostas, o estudo também conseguiu projetar o índice de distanciamento social no Estado. 

Cerca de 30,4 % da população sai às ruas diariamente e outros 16,5% estão sempre em casa. Mais da metade da população (56,1%) só deixa suas residências para realizar atividades essenciais. 

_ Isso demonstra que a população gaúcha tem ouvido os gestores e tem, sempre que possível, ficado em casa, que é o que a gente continua recomendando neste momento _ completou o reitor. 

EM SANTA MARIA
Em Santa Maria, 26,6% da população sai de casa diariamente e outros 12,4% estão sempre em casa. O número de quem só sai para fazer atividades essenciais, como ir ao mercado, por exemplo, é superior ao do Estado: 61%.

_ A prevalência segue baixa no Estado, a velocidade de expansão não parece estar se acelerando. A gente recomenda testagem e busca ativa em todo estado para que a gente consiga isolar pessoas positivas e siga com uma prevalência baixa no Rio Grande do Sul _ concluiu Hallal.  

RESULTADOS

  • 4,5 mil testes aplicados em Santa Maria, Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Passo Fundo, Ijuí e Santa Cruz do Sul e Uruguaiana
  • 10 casos positivos em Passo Fundo (4), Ijuí (2), Santa Cruz do Sul (1), Caxias do Sul (1), Porto Alegre (1) e Pelotas (1)
  • Dos 18 casos confirmados nas três fases da pesquisa, 38 familiares que têm contato com essas pessoas foram testados e desses, 13 testaram positivo
  • Na terceira fase, a projeção é de 24.860 pessoas com anticorpos do coronavírus. Na segunda fase eram 15.066 e na primeira 5.650 pessoas
  • Na terceira fase, 56,1% da população gaúcha tem saído de casa só para atividades essenciais; outras 30,4% saem diariamente; e 16,5% nunca saem de casa. 

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A PESQUISA
A pesquisa, encomendada pelo governo do Estado, é coordenada pela Ufpel e tem apoio de outras universidades gaúchas, como a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ela tem quatro objetivos principais: 

  • Estimar o percentual de pessoas infectadas no Estado
  • Conhecer a velocidade de propagação do coronavírus
  • Identificar o percentual da população que não manifesta sintomas da doença
  • Auxiliar os governos a definir estratégias de enfrentamento da pandemia

Ao total, serão 18 mil testes aplicados nas nove cidades gaúchas, que concentram cerca de 33% da população do Rio Grande do Sul. A próxima e última fase está prevista para os dias 23 e 24 de maio.

Os testes rápidos analisam a presença de anticorpos do coronavírus a partir da amostragem de uma gota de sangue do participante. Eles conseguem detectar o vírus a partir de uma semana após a pessoa ter se infectado (ou seja, enquanto o paciente está em recuperação) e até mesmo depois dos 14 dias, quando a pessoa já é considerada recuperada. Ele fica pronto em cerca de 15 minutos. O resultado apresentado hoje reflete a realidade de duas semanas atrás. 

As casas visitadas são sorteadas, por meio de regiões censitárias (de acordo com o IBGE). Em cada casa, um morador será sorteado para participar da pesquisa. Isso para que a pesquisa mostre resultados de acordo com toda a população. Caso esse morador dê resultado positivo para o vírus, os demais moradores também serão testados 

Os pesquisadores usam equipamentos de proteção, que serão trocados a cada visita. No veículo usado por eles, haverá um cartão de identificação da pesquisa

PESQUISA NACIONAL
A partir desta quinta-feira a pesquisa será feita a nível nacional. Financiada pelo Ministério da Saúde e coordenada pela Ufpel, o estudo irá percorrer 133 cidades de todo o país.  

No Rio Grande do Sul, serão oito cidades participantes entre esta quinta e sexta-feira: Santa Maria, Pelotas, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre.

O estudo seguirá os mesmos moldes do que a nível estadual. Ela será feita em três etapas, com intervalo de 15 dias entre cada uma. Os testes e as entrevistas serão feitos por profissionais do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), que estarão devidamente identificados.

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